30.11.05

suspiro

volto em outro suspiro, para um poema que acabo de ler. E reproduzo:


Everness

Só uma coisa não há. É o olvido.
Deus, que salva o metal, salva a escória
e cifra em sua profética memória
as luas que serão e as que foram.
Já tudo está. Os milhares de reflexos
que entre os dois crepúsculos do dia
teu rosto foi deixando nos espelhos
e os que irá deixando ainda.
É tudo uma parte do diverso
cristal dessa memória, o universo;
não têm fim seus árduos corredores
e as portas que se fecham à tua passagem;
somente do outro lado do ocaso
verás o Arquétipos e os Esplendores

Jorge Luis Borges

Mais cosac

Primeiro foi o da Rosângela Rennó. Depois, Cris Bierrenbach e Antônio Saggese (para mim, apenas Sá, desde a época em que fui seu assistente...). Por fim, relutei mas comprei o volume do Luiz Braga. A coleção FotoPortátil da CosacNaify é sem comentários: a perfeita receita gráfica. Cada livro é uma obra à parte. Não perco meu tempo em descobrir qual o melhor. Apenas me limito a contar que o do Luiz Braga é o pior dos 4 já lançados. Penso que as fotos no velho formato, muitas repetidas, cansam. Era a oportunidade de inovar... ele deixou passar. Mas os outros não! Soberbas as edições de imagens do Sá e da Cris. Fantástico o conceito por trás dos 4 apagamentos de Rosângela Rennó. Agora, espero para conferir Eustáquio Neves e Raul Garcez.
Apenas aproveito para um aparte antes de findo o post: fiz uma inesquecível entrevista com Eustáquio, lá em Diamantina, onde ele atualmente mora. Quisera trazer mais detalhes da grande personalidade que conheci. Dessas que marcam. Mas ando correndo e um post é o tempo de um suspiro...