17.3.05

De repente... o obliquo


Sempre em mim o nunca


Guardo comigo

uma prece

que nunca

vou professar.

Existe em mim

um apelo

(uma dádiva

talvez)

que se extingue

quando rezo.

Se pudesse tocar

esse sentimento

sua amplitude

não me tocaria;

dunas que se

acumulam

sempre

diferentes;

rima em que

tropeço

antes de se

formar.

Sabe;

esse hiato

que nos conforma

é o último

gole

que trago

de um ser

que evaporou.


E.M.E.